domingo, 14 de novembro de 2010

Adoradores de templos




Atos Capítulo 6 Versículo 13 e 14 encontramos o seguinte texto:


“E apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei; Porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu”.

Nas acusações contra Estevão a afirmação de que ele blasfemava contra um santo lugar chama muito a atenção.

Os judeus consideravam o templo como um lugar sagrado. À primeira vista este pode ser considerado um pensamento correto, entretanto uma análise mais cautelosa das escrituras nos mostra que não.

Na sua defesa Estevão mostra que a presença de Deus está com seus escolhidos independetemente do lugar onde eles estejam, e conclui dizendo que Deus não habita entre paredes:  versiculos 48 e 49 do mesmo capítulo:

“Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta:O céu é o meu trono, E a terra o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis? diz o Senhor, Ou qual é o lugar do meu repouso?”

Muitos, ainda hoje,  idolatram templos, como faziam os que condenaram e mataram Estevão. Tais pessoas acham que existem paredes sagradas, instrumentos sagrados, bancos sagrados, utensílios sagrados, etc.

Transformam coisas e locais em “bezerros de ouro”, e passam a cultua-los muito mais que ao próprio Deus. 

Tais pessoas crêem que Deus ainda habita em tabernálucos, não mais feitos de lona, mas sim de tijolos e concreto e se esquecem que as pessoas são templo do Espirito Santo:

“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?”  (I Co 6.19).

 
Todo esse engano sobre “locais sagrados” decorre da necessidade visual do ser humano, que dificilmente crê naquilo que não vê. Por isso desde a antiguidade criam para si estátuas, amuletos, talismãs, e até mesmo “locais sagrados” na tentativa de “prenderem” a presença de Deus, de forma a poderem “toca-la” quando assim o desejarem.

Deus não está preso à paredes, ainda que indubitavelmente esteja presente às reuniões de seu povo nos locais de culto edificados com tal finalidade. Isso não ocorre por causa do local, mas sim por causa das pessoas que encontram-se nestes locais cultuando a Deus. Portanto, não existe local santo, mas sim culto santo.

Então alguns poderiam dizer-me que meu raciocinio está errado e usariam textos como o de Exodo 3 versículo 5:
 
“E disse: Não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa.”

Ou ainda textos a respeito do Santissimo Lugar no tabernáculo, no templo, etc.

Todos esses lugares somente tornaram-se santos quando e enquanto Deus se manifestava nesses lugares. Pense comigo: em um determinado ponto do deserto Deus se manifesta na tenda da congregação. Enquanto Deus está naquele lugar ele torna-se realmente santo, não por ser um local especial, mas pela presença de Deus. Quando a presença de Deus se retirava, e o povo caminhava, aquele local retornava a ser apenas um pedaço comum de deserto.

Portanto, o que é sagrado não é o local, mas sim o culto a Deus.

Os locais de culto devem ser cuidados com esmero, com diligencia, pois são locais onde a igreja reunida atrai a presença do Senhor.  A presença do Senhor durante o culto santifica o local, porém ao término do culto volta a ser apenas um local comum.

Da proxima vez que estivermos em um local de culto, curve-mo-nos reconhecendo a grandeza e majestade de Deus, e não a beleza arquitetônica, ou a "santidade" do local.

Adoremos ao Senhor Jesus ... e não paredes e tijolos. 



Rev. Geversom Sousa 

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